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domingo, 11 de agosto de 2013

UTOPIA



Domingo. Dia dos Pais.



Quantos foram os domingos em que meu Pai foi chamado para, junto com outros pais presentes, subir ao altar da igreja no final da missa, para receber uma singela homenagem do padre e dos paroquianos que ali estavam. Invariavelmente era tocada a música "Utopia" (Pe.Zezinho) e depois dela um caloroso "Parabéns a Você".

Lembro que em todas essas oportunidades eu ficava muito contente de velo lá em cima, enquanto minha mãe e meus irmãos ficávamos cantando e acompanhando os músicos da igreja.

No retorno pra casa o Pai já vinha falando sobre as coisas que faltavam comprar para o churrasco e preocupado se ia dar tempo de preparar tudo para quando os convidados chegassem. Sempre dava tempo, mas ele sempre ficava inquieto com a situação. Era impaciente.

Correria pra cá, correria pra lá, as coisas iam se organizando e toda aquela movimentação ia enchendo a casa de alegria. Bons tempos aqueles.

Hoje, ao final da missa, o padre fez a mesma coisa que eu tinha me acostumado a ver durante toda minha infância e pré-adolescência: Chamou todos os pais presentes para subir ao altar e receber as devidas homenagens. Ao fundo, ouvia-se "Utopia". Não me contive e as lágrimas não demoraram a cair. Quantas lembranças do velho seu Jandir me vieram a memória.

A vezes que me levou pra viajar junto com ele para conhecer seu trabalho e suas andanças. Quando me ensinou as pescar e a quantas pescarias me levou. Quando me ensinou a dirigir já aos 12 anos (algo impensável hoje em dia) e depois tinha que ficar me regulando, pois em toda oportunidade eu queria dirigir o carro dele. Das várias viagens na saudosa Vemaget (DKV Vemag). Das muitas tardes em que me fez decorar a tabuada, a qual ficava afixada em uma lata de banha de 20 litros enquanto ele ia tomando os resultados conforme ia me lançando as contas. Até o acordeom me fez aprender, mas este eu não consegui me dedicar o suficiente para tocar direito, pois preferia jogar bola na rua (rsrs).

Quantos sermões eu ouvi e quantas vezes rimos juntos. Quantos conselhos me deu, apesar de eu não seguir muitos deles e hoje perceber como ele tinha razão nas coisas que falava. Sempre me ensinou a evitar as más companhias, respeitar os mais velhos, jamais pegar algo que não fosse meu, ser autêntico, trabalhar com afinco, valorizar as conquistas, ser previdente e não esbanjar, ser amigo dos amigos e jamais esquecer da família.

Hoje eu só tenho a agradecer por toda a educação que ele me deu e a todos os valores que me passou.

Obrigado Pai. Feliz dia dos Pais.



2 comentários:

  1. Quantas vezes estávamos jogando brincando de alguma coisa e de repente um assobio! Era o Sr. Jandir chamando seus filhos! Um abraço!

    Saudades desse tempo e dos meus amigos!!!

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  2. Parabéns Mano Veio, que lembrança. Domingo fiz questão em ir na missa das sete, tudo o que você mencionou no texto se repetiu e as lágrimas vieram. Parece que cada dia que se passa a saudade aumenta.

    Abraço Dunho.

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