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sexta-feira, 25 de março de 2011

Cavalo Muito Esperto

I
Arrojei o meu cavalo
Tirei o laço do tento
Há tempos que eu não laçava
Fui testar o meu talento
Lacei só as duas aspas
Pialei no mesmo momento
O bicho ficou berrando
Esperneando patas pro vento

II
Só para o trabalho do campo
Ensinei o meu cavalo
Desde protrilhinho novo
Já comecei a ensiná-lo
Hoje o bicho me conhece
Só no meu jeito de andar
Dou um arrovio na porteira
Ele já vem me encontrar

III
Meu cavalo foi criado
Sempre com o maior capricho
Mesmo quando está pastando
No meio dos outros bichos
Eu só chamo no nome dele
Me olha e dá um relincho
Já vem me encontrar sabendo
O patrão quer ver os cambichos

IV
Meu cavalo é muito esperto
Eu só fico observando
Se ele vê um vestido londo
Nasca o freio e vai parando
Outro dia ele se enganou
Eu é que acabei rindo
Viu um vestido comprido
Era o padre que estava vindo

Jandir Bianco, 11/12/2001.

Eu sou do tempo que para conferir boiada, contava-se as patas do bichos dividia por quatro e sabia o numero de bois que havia na tropa.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Cabeça Dura

I
Certa vez um professor
Muito bom, mas rigoroso
Disse que sou cabeça dura
E também muito teimoso
Depois que ele falou isso
Eu achei melhor parar

Cabeça dura não aprende
Teimoso só quer teimar

II
Eu fechei a minha gaita
Pensei: Não vou mais tocar
Aprender sozinho é difícil
Eu não vou mais estudar
O professor me humilha
E ainda tenho que pagar

Cabeça dura não aprende
Teimoso só quer teimar

III
Comecei tudo de novo
Agora não vou parar
Eu canto o que escrevo
Sozinho aprendi a tocar
Se não toco cem por cento
Peço para me desculpar

Cabeça dura aprende
Teimoso tem que teimar


IV
Agradeço ao professor
Que foi sincero comigo
Me mostrou um caminho novo
Que eu não tinha percorrido
Escrever verso e cantar
E fazer a melodia
Hoje o que toco e canto
É de minha autoria

Jandir Bianco, 30/01/2002.


Versos escritos após de um professor de música ter dito que o Jandir era teimoso e cabeça-dura.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Amar Sempre



I
A melhor mulher do mundo
É a mulher da minha vida
Eu sou o homem mais amado
Ela é a mulher mais querida

II
É minha querida pra lá
É meu querido pra cá
Mesmo nas horas difíceis
Não deixamos de nos amar

III
Quando ela briga comigo
Eu me sinto no abandono
Me sinto desprezado
Igual cachorro sem dono

IV
Sei que minha mulher sabe
O amor que sinto por ela
O que ela sente por mim
É só olhar nos olhos dela

V
É assim que vamos vivendo
Porque a nossa vida é bela
Ela só vive para mim
E eu só vivo pra ela

VI
Toda esta felicidade
É feita de amor e confiança
E com tanto amor e carinho
A vida fica mais mansa

Jandir Bianco, 22/07/2003.

Poesia dedicada a sua esposa Cecília, com quem viveu muito feliz.

sábado, 5 de março de 2011

Minha Profissão

I
Sempre fui representante,
Já vendi de tudo um pouco.
Quando comecei viajar,
Trabalhava como um louco.
Saia na segunda-feira
Voltava no final de semana.
Com um punhado de pedidos,
E o bolso cheio de grana.

II
Ganhava quanto queria,
Tinha que trabalhar muito.
Para convencer a clientela,
Tinha que entender do assunto.
Me chamavam de mascate,
Ou de cacheiro viajante.
Encontrei muitos amigos,
Entre tantos comerciantes.

III
Hoje a concorrência é grande,
Está se ganhando pouco.
Se você não se cuidar,
Um quer furar o olho do outro.
As despesas aumentando,
Os velhacos andam soltos.
Se não prestar atenção,
Você trabalha para os outros.

IV
Mas na escada da vida,
Cada degrau é um estágio.
Subiu o hotel e a gasolina,
Ainda tem o tal pedágio.
Estradas cheias de buraco,
E o governo dá-lhe imposto.
Hoje chego no fim do mês,
Sem nenhum pila no bolso.


Jandir Bianco, 02/02/2001.