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domingo, 25 de dezembro de 2011

Então é Natal...



Quanta saudade de ganhar aquele abraço forte e apertado desejando Feliz Natal.

Quanta saudade do som da gaita que ecoava pela casa, muitas vezes nos acordando de um sono gostoso mas que mesmo assim fazia o dia começar mais alegre.

Quanta saudade do cheiro da costela no fogo logo cedo.

Quanta saudade daquela gargalhada quando alguém contava alguma piada ou fato engraçado. Impossível esquecer o movimento da cabeça indo para tráz e logo em seguida um bater de palmas dando conjunto aquela risada gostosa.

Quanta saudade dos almoços do dia 25 em que o senhor fazia uma prece para que aquela data sempre se repetisse com toda a família reunida novamente.

Quanta saudade da vizinhança que ia a vinha desejando Feliz Natal.

Quanta saudade daquela saborosa caipirinha e do igualmente gostoso "pica-pau" (pinga com mel).

Quanta saudade dos trejeitos típicos de um legítimo italiano bonachão que não parava de mexer as mãos enquanto falava alto.

Quanta saudade desse mesmo italiano ralhando com todo mundo para vir logo para mesa antes que comida esfriasse.

Quanta saudade ao lembrar de como essa época o deixava feliz e contente.

Mais um Natal que se vai e é incrível como coisas tão simples fazem tanta falta e como pequenos gestos representam tanto.

Papai querido, sei que está tão feliz quanto nos saudosos momentos citados acima. Sua presença faz muita falta e a saudade é muito grande, mas suas lembranças me enchem de alegria.

Feliz Natal.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Pior Que É Verdade

I
Nos versos que escrevo
Não tem poesia
Mas me da alegria
De poder cantar
Causos verdadeiros
Em versos rimados
Mas se não te agrado
Não deve escutar

II
Escrevo de tudo
O que vem na mente
Mas tem muita gente
Que não vai entender
O papel aceita tudo
O que a caneta escreve
Aí eu pego de leve
Que é pra não ofender

III
Escrevo com carinho
Aí vem um sujeito
Achando defeito
Diz: Está tudo errado
Não de julgar
Para não se julgado
É o que diz
O velho ditado

IV
Sabe que eu não levo
E nem levo em conta
Amigo da onça
Sempre vai ter
Pode achar defeito
Pode criticar
Vou continuar a escrever

Jandir Bianco, 04/02/2001

domingo, 11 de dezembro de 2011

Os Linguarudos

I
Existe um velho ditado
Que todo mundo já ouviu
Todo gaiteiro e violeiro
Leva fama de vadio
Eu trabalho, toco e canto
E quem fala isso, mentiu

II
Tocar, cantar e fazer versos
Eu faço por brincadeira
Pra ganhar o pão de cada dia
Trabalho a semana inteira
Saio na segunda cedo
Só volto na sexta-feira

III
Sábado é dia de descanso
E aí que o bicho pega
Saio tocando e cantando
Nos botecos e nas bodegas
Por isso que os linguarudos
Acham que a raça não nega

IV
Toco e canto onde eu quiser
Não devo nada a ninguém
Tudo que eu compro eu pago
Até o último vintém
Os fofoqueiros que se explodam
Aqui não vem, que não tem

Jandir Bianco, 08/02/2004

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Bela e Delicada

I
Moça tua beleza
Tua delicadeza
Que me deixa louco
Na imaginação
Sinto as minhas mãos
Te despindo aos poucos

II
Fazendo carinho
Bem devagarinho
Como você quer
Eu beijo tua boca
E você fica louca
Eu te faço mulher

III
Você ainda ofegante
Mais muito elegante
Me olha e me diz
Fique aqui bem perto
Você é o homem certo
Que me faz feliz

IV
A partir de agora
Não vá mais embora
Fique aqui comigo
Ou se você quiser
Serei tua mulher
Me leva contigo

Jandir Bianco, 18/01/2004

domingo, 20 de novembro de 2011

Caçada de Onça

I
Acordei domingo cedo
Pra assistir o Globo Rural
O José Amilton Ribeiro
Fez uma reportagem especial
Sobre a caçada de onça
Pras bandas do Pantanal

II
O Sr Estelito era o líder
Com a zagaia bem afiada
Um trinta e oito na cinta
Saiu à cata da pintada
Levou seu cachorro azungue
Que logo deu uma abarroada

III
O resto da matilha
Ficou toda alvoroçada
Saíram na perseguição
Mas a onça estava trepada
O câmera teve muita sorte
Conseguiu filmar a danada

IV
Eu fiquei admirado
Com a coragem de Estelito
Saiu a procura da onça
Como quem procura um cabrito
E só pela coragem dele
O filme já ficou bonito

Jandir Bianco, 13/04/2002

domingo, 13 de novembro de 2011

É de Chacoalhar o Barraco (Ninho de Amor)

I
Amigo que mal pergunte
Me responda se souber
Tem coisa melhor no mundo
Que fandango, trago e mulher?
Tem quem gosta de fandango
Outros gostam só de trago
Mas a melhor coisa do mundo
É uma mulher fazendo afago

II
Quando a tarde vai chegando
Ela olha de um jeitinho
Eu já sei o que ela quer
É muito amor e carinho
Quando eu chego perto dela
Se arrepia e da um suspirinho
Eu sei que a noite promete
Vai pegar fogo nosso ninho

III
Mas quando o dia amanhece
Já acorda dando sermão
"Levanta e vai trabalhar"
Acho que hoje não vou não
Eu ainda estou cansado
Passei a noite fazendo serão
O gato que dorme de dia
De noite vira um leão

Jandir Bianco, 02/12/2004

domingo, 30 de outubro de 2011

Gavola e Palpiteiro

I
Uma coisa que me irrita
É prosear com gente gavola
Daqueles que sabem tudo
Falam mais do que vitrola
Tudo o que é dele é melhor
Dos outros não vale nada
Este tipo de vivente
É que nem pataca furada

II
Se você esta trabalhando
Ai vem chegando o sujeito
Se intromete no serviço
Já vai achando defeito
Ele da palpite em tudo
E se incomoda com o vizinho
Pode crer, o caráter dele
É muito pequenininho

III
É metido a garanhão
A mulher faz que ignora
Pois ele é o sabe tudo
Da sogra, mulher e nora
Mas quando ele se liga
Que a mulher sai e demora
Aí já ficou tarde
Ganhou sócio lá fora.

Jandir Bianco, 28/08/2001

domingo, 23 de outubro de 2011

Baile de Rancho

I
Mas você chegou, depois que eu cheguei
Me olhou de um jeitinho, que eu me apaixonei
Dançando juntinho, senti seu calor
Estava perfumada, como rosa em flor

II
A noite foi curta, fiquei a seu lado
Dançando juntinho, de rosto colado
O baile acabou, e nunca mais lhe vi
Estou apaixonado, eu juro pra ti

III
Eu procurei muito, mas não lhe encontrei
Pras suas amigas, de você perguntei
Da moça bonita, igual uma rainha
Vou fazer de tudo, pra ela ser minha

IV
Eu ainda espero um dia lhe encontrar
Num baile de rancho para namorar
Se ainda é solteira e não tem marido
Vou recupar todo tempo perdido

Jandir Bianco, 27/12/2000

domingo, 16 de outubro de 2011

Coisas da Vida (Companheiros da Estrada)

I
Esta vida de viajante
Já me deu muita alegria
Se contar as pataquadas
Vai até clarear o dia
Agradeço o Criador
Por me dar sabedoria
E um pouco de inteligência
Por fazer esta poesia

II
Encontrei tanta gente boa
E também falsos amigos
Que vêm te bater nas costas
Aí é que mora o perigo
Pela frente são uma coisa
Mas por trás são diferentes
Esse tipo de amigo
Que fique longe da gente

III
Gosto de falar a verdade
Mas não gosto de ofender
Se é pra ter amigo falso
Então prefiro não ter
Amizade é coisa boa
A gente deve cativar
Por que amigo da onça
Se encontra em qualquer lugar

IV
Aos companheiros de estrada
E aos amigos de verdade
Quero que Deus lhes acompanhe
E dê muita felicidade
Nos defenda dos perigos
Dos acidentes da estrada
Pois muitos velhos amigos
Já foram pra outra morada.

Jandir Bianco, 22/02/2001

domingo, 9 de outubro de 2011

Saudade da Minha Infância

I
Hoje com muita saudade
Escrevi o que lembrei
Do lugar que eu morava
Onde nasci e me criei
Hoje moro distante
E sempre lembro de lá
Dos meus tempos de criaça
Ai, que saudade que dá

II
Há pouco tempo fui lá
Porém, não é mais o que era
As casas da vizinhança
Tudo virado em tapera
Hoje está tudo mudado
Achei muito diferente
Mas só por ter voltado lá
Já fiquei muito contente

III
O lugar onde eu morava
Era um alto bem bonito
As vezes fico pensando
Achando muito esquisito
Não existe mais morador
Todos foram embora de la
Hoje não tem mais vizinhos
Nem pra gente conversar

IV
Ao lembrar dequele tempo
Contando é até engraçado
Os caminhões puxando toras
Era gente pra todo lado
Atualmente não se vê ninguém
Acabou o povoado
Dizem que é o mundo moderno
Que hoje está globalizado.

Jandir Bianco, 30/01/2001

Jandir nasceu e passou boa parte de sua infância em um lugar chamado Faxinal Grande, zona rural da cidade de Palmeira-PR.

domingo, 2 de outubro de 2011

O Amor e Saudade

I
Quando bate uma saudade
Que aperta o coração
Eu fico desesperado
Pra sair da solidão
Fico só pensando nela
Para que a dor desapareça
Pois só ela é o remédio
Por incrivel que pareça

II
A dor de uma saudade
Coração quase não aguenta
Fica ardendo no peito
Igualzinho uma pimenta
Amor venha depressa
E que a saudade desapareça
Não em canso de dizer
Que você é demais para minha cabeça

III
A saudade que machuca
Vem depois de um grande amor
É como espinho de roseira
Que já não tem mais flor
Dizem que só outra paixão
Pode aplacar essa dor
Mas quem ama de verdade
Nunca esquece um grande amor

Jandir Bianco, 28/02/2001

domingo, 25 de setembro de 2011

Virada do Milênio

I
Eu quero contar catando
Uma história verdadeira
Foi na virada do ano
Na cidade da Palmeira
Os parentes festejando
Foi quase a semana inteira
Os mais velhos contavam causos
Os jovens faziam brincadeiras

II
Foi chegando a madrugada
Todos com muita alegria
Uns cantavam das caçadas
E outros das percarias
A noite ficou pequena
E a turma se divertia
Tomando uma geladinha
Quase até clarear o dia

III
A festa continuava
Com a chegada do ano novo
Foi a virada do século
Para alegria do nosso povo
Mas o terceiro milênio
Festa igual não tinha visto
Ainda tinha os dois mil anos
Do nascimento de Cristo.

Jandir Bianco, 10/01/2001

domingo, 11 de setembro de 2011

Cavalo Mal Domado

I
Com cavalo passarinheiro
Tem que ter muito cuidado
Se o vento balança a moita
Ele refuga pula de lado
Se o peão não estiver atento
Ou for meio descuidado
Vai dar com a cara no chão
E ver que o cavalo é mal domado

II
Por isso todo animal
Quando está sendo domado
Tem que tratar com carinho
Não deve ser espancado
Se é amansado na moral
Ele sente que é ensinado
Se torna um animal dócil
Depois que for amansado

III
Note que todo cavalo
Estranha outro cavaleiro
Está acostumado com o dono
Que andam juntos o dia inteiro
Preste atenção num rodeio
Na hora de atirar o laço
O animal fica perdido
Que chega até errar o passo

IV
Tem cavalheiro tão cruel
Que diz que é domador
Doma o bicho na pancada
Apanhando e sentindo dor
Fica um cavalo covarde
Animal fraco e sem moral
É igual um homem humilhado
Que vive sem um ideal.

Jandir Bianco, 08/05/2005

domingo, 4 de setembro de 2011

Humildade

I
Eu toco mas não sou músico
Eu canto e não sou cantor
Escrevo e não sou poeta
Sou um simples compositor

II
Eu toco o pouco que sei
E canto os versos que faço
Misturo a voz com o som
E vou acertando o compasso

III
Eu digo que não sou músico
Nunca fui profissional
Digo que não sou cantor
Mas não canto assim tão mal

IV
Escrevo e não sou poeta
Por não ter sido letrado
Componho algumas canções
E faço versos rimados

V
Agradeço a Deus do Céu
Pelo dom que ele me deu
Aqui na Terra quero bem
As pessoas simples como eu

Jandir Bianco, 09/07/2005

domingo, 28 de agosto de 2011

Canção do Amor

I
Ouça esta canção, que dedico a você
Quando você ouvir, sei que vai me compreender
Tudo que eu falei, você não acreditou
Então essa é mais uma prova, de amor que te dou
Sempre duvidou, da minha sinceridade
Pode acreditar, que é a pura verdade
Pois sempre lhe amei e continuarei amar
E vou lhe fazer feliz, pode acreditar

II
A vida só é bela, se for ao seu lado
Com muita saudade e mais apaixonado
A distância é grande, mas o amor supera
Ainda vou lhe amar muito, mais do que você espera
Quando eu vim embora, meu coração doeu
Sabia que ele queria, ficar juntinho do seu
Ali eu compreendi, o que ele quis dizer
Não dá mais pra ficar, longe de você.

Jandir Bianco, 29/02/2002

sábado, 6 de agosto de 2011

Saudade

I
O porto estava lotado
O povo andando apressado
Era aquele vai e vem
A viagem era embarcada
Quase não existia estrada
Ainda não havia trem
Ouvi o vapor apitar
Era hora de zarpar
Do cais de Porto Amazonas
Ali na primeira curva
O marujo até se encurva
Para dar adeus à sua dona.

II
A viagem era demorada
A carga muito pesada
O vapor ia serpenteando rio abaixo
Lá adiante tinha pescador
À noite ouvindo o ronco do vapor
Para vê-lo passar, corria acender um facho
Peixe tinha em abundância
Lembrando ainda era criança
Das primeiras pescarias
Passava o vapor carregado
A gente ficava assustado
Depois só via alegria.

III
Eram tantas lanchas e vapores
Que transportavam valores
Com certa segurança e pontualidade
Os portos mais movimentados
Foram crescendo e virando povoados
Se transformaram em cidades
Porto Amazonas e a sonhada Palmira
De cidade à condição a distrito vira
São Matheus, Irineópolis, antiga Valões
União da Vitória e Porto Vitória
Que fazem parte da história
Desde os desbravadores dos sertões

IV
Se voltarmos rio acima
A largura do rio termina
Onde a margem fica estreita
E ali em Paula Pereira
Que o Iguaçu sobe pra esquerda
E o Rio Negro pra direita
Seguindo o Rio Negro adiante
Não precisa andar bastante
Para chegar em Marcílio Dias
E encontrar o rio Canoinhas
De onde a erva-mate vinha
Nas barcas seguindo as hidrovias

V
Entre as matas com taquaras
Logo adiante é Três Barras
Que fica antes de Antonio Olinto
O porto do corvo branco faz lembrar
Terra do capitão França Bach
Pois ali morava o distinto
A viagem continuava subindo
As embarcações iam sumindo
E cada curva um apito
Rio da Várzea e Barra Grande
E o Negro que se expande
A cidade acolhedora e o rio muito bonito.


Os versos acima são abertura do Livro os Vapores de Arnoldo Monteira Bach publicado ano 2006. Editora UEPG.

A música já foi tema de uma reportagem sobre o Rio Iguaçu no programa Meu Paraná da Rede Paranaense de Televisão - RPC. 
 
Esses versos já foram citados em outra publicação no blog
. relembre.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Carroceiro Solitário


 
I
O carroceiro vai faceiro, seguindo pela estrada,
Com sua gaitinha de boca, pra tocar La na pousada.
Quando a tarde chegava, todos com muita alegria.
Desengatava a burrada, pois só saiam no outro dia.
À noite contavam causos, perto do fogo de chão.
Tomavam um gole de pura, depois um bom chimarrão.

II
Enquanto descansava um pouco, ia preparando o jantar,
Não podia dormir tarde, pois tinha que madrugar.
Até ir ajeitando tudo, o trabalho era duro
O carroção carregado, puxado por oito burros.
O trabalho era pesado feito por homem valente,
Temos que lembrar o passado pra poder viver o presente.

III
Este velho carroceiro era descendente de alemão,
Desbrava o Paraná, em cima do carroção.
Junto com as mercadorias, também ia à profissão.
E pendurado no toldo, ia o stinger(1), que é um lampião.
Às vezes com a guaiaca cheia, às vezes com ela vazia.
De Pitanga e Guarapuava pra Paranaguá ele ia.
Carregada de erva-mate, a viagem dava uns dez dias,
Cortando nossos planaltos, as três serras descia.

IV
No retorno ele trazia querosene, açúcar e sal.
Quando o carroção encalhava, ai ele se dava mal.
Esperava os companheiros e faziam um pixirum,
Pois todos se ajudavam até não ficar nenhum.
As estradas eram ruins, passavam pelas fazendas.
Ela ia entregando as mercadorias nas vendas.
Depois de quase um mês de viajem, ele voltava para casa.
No peito muita saudade da mulher e da gurizada.

V
A viagem continuava de Prudentópolis a Imbituva,
O sofrimento era grande quando o tempo era de chuva.
Só que o velho carroceiro, nas rédeas ele era o astro,
Ele também trabalhava em Ponta Grossa e Castro.
Depois do trabalho feito, mais uma missão cumprida,
Este homem de quem vos falo foi um exemplo de vida.
O que eu escrevi, acredite, é história verdadeira,
Este velho carroceiro era um filho de Palmeira.

Os versos são dedicados a seu sogro Antônio Bach Filho, que foi carroceiro e ajudou a desbravar e desenvolver o estado do Paraná. Mesmo tendo sido musicados, esses versos eram declamados e não cantados.

Essa letra é abertura do livro Carroções, de Arnoldo Monteiro Bach, publicado no ano de 2003.

A foto da publicação é do próprio Antonio Bach Filho, em Curitiba, onde é hoje o Museu Ferroviário da cidade.

(1) Stinger: Palavra de origem alemã que significa lampião ou lamparina. Antônio era de origem Alemã.



sábado, 16 de julho de 2011

O Galo do Vizinho

I
O galo cantou mais cedo
E o dono ficou alerta
Eu vou ter que levantar
É uma raposa na certa
Saiu sem fazer barulho
Andando devagarinho
Ao chegar no galinheiro
Deu de cara com o vizinho

Refrão
   Se tu gostas de galeto
   Vá e compres no mercado
   Por que galo do vizinho
   Dá um pepino danado.

II
Pegou e deu um tiro pra cima
Só pra ver o que acontecia
E o ladrão desesperado
Não sabia o que fazia
Se eu correr o bicho pega
Seu eu ficar o bicho come
Eu vou ter que me virar
Nem que seja em lobisomen

Refrão
   Se tu gostas de galeto
   Vá e compres no mercado
   Por que galo do vizinho
   Dá um pepino danado.

III
Saiu correndo de quatro
E a cachorrada atrás
Dizem que até hoje
Ele não foi visto mais
Mas depois daquela noite
De uma façanha medonha
Não se sabe se morreu
Ou foi embora de vergonha

Refrão
   Se tu gostas de galeto
   Vá e compres no mercado
   Por que galo do vizinho
   Dá um pepino danado.

Jandir Bianco, 03/02/2001.

domingo, 10 de julho de 2011

Posto de Saúde

I
Falei para minha mulher
Hoje vou me consultar
Fui no posto de saúde
Peguei a senha e fui sentar
Fiquei esperando um bom tempo
E nada de me chamar
Cheguei até me sentir mal
De tanto ter que esperar

II
De repente me chamaram
Eu com a senha na mão
Perguntaram o nome e a idade
Também a filiação
Mandaram sentar de novo
E aguardar para avaliação
Daí me chamaram pelo nome
Para pesar e medir pressão

III
Mandaram voltar à tarde
Tinha sol e muito calor
Com a consulta marcada
Fiquei esperando o doutor
Ele chegou e me deu uma olhada
Perguntou se eu sentia dor
Respondi meio com raiva
Não doi nada não senhor

IV
Sentado lá no meu canto
Eu fiquei a imaginar
Vendo aquela gente de idade
Que não parava de chegar
Quando o pobre fica doente
Sem dinheiro pra pagar
O coitado morre à mingua
Esperando o governo ajudar

Jandir Bianco, 07/05/2005.

domingo, 3 de julho de 2011

A Loja do Turco

I
Fui numa loja de turco
Comprar calça pro piá meu
Mas quando a mulher lavou
A danada encolheu
Voltei lá pra reclamar
Mas o turco percebeu
Veio ao meu encontro dizendo:
"Como o menino cresceu!"

II
Eu fiquei muito nervoso
Piá com a calça na canela
Aquilo estava parecendo
Igual tripa em mortadela
O turco me disse: "Primo!
Patrício dá um jeito nela
Primo pega e leva duas
Eu dá desconto da tabela."


III
Eu achei bom negócio
Resolvi fazer a troca
Mas o danado do turco
Me cobrou tudo de volta
E então para sacanear
Só pago no fim do mês
Patrício vai dar desconto
E continuo sendo freguês.

Jandir Bianco, 02/02/2001.

domingo, 26 de junho de 2011

Orgulho de Peão

I
Esta vida de peão
Já me deu muita alegria
Domei muito burro bravo
Que outro peão não domaria
Estive em muitos rodeios
Laçando e me divertindo
A cada tiro de laço
Ouvia o povo aplaudindo

II
Certa vez um fazendeiro
Tinha uma mula xucra
A danada corcoveava
Até com mordida de mutuca
Eu cheguei lá na fazenda
O patrão veio e me disse:
"É melhor você desistir..."
Já com medo que eu caisse

III
Entrei e peguei a mula
E fui ajeitando o arreio
Foi quando apertei a chincha
Que o negócio ficou feio
A mula virou um foguete
Murchou as orelhas e saiu
Corcoveando campo afora
Mas este pesão não caiu

IV
A mula escondeu o toso
Saiu pulando de lado
Eu juntei ela na espora
Só pra ver o resultado
Corcoveou a semana inteira
Mas deixei a mula mansa
Hoje eu canto com orgulho
As histórias que tenho lembrança

Jandir Bianco, 27/10/2002.

domingo, 19 de junho de 2011

Amigos e Gaiteiros

I
O dia estava bonito
Se bandeamos pra Palmeira
Levamos os instrumentos
Pra fazer uma brincadeira
Nós começamos a tocar
Era quase meio dia
E a tarde foi passando
Enquanto a canha corria

Refrão:

  Fui fazer uma caipira
  Pra ir abrindo o apetite
  Soquei limão com açucar
  E cachaça de alambique

II
E quando a noite chegou
Se deu um baita entrevero
Foi quando alguém gritou
Está chegando outro gaiteiro
A noite estava escura
Os pirilampos piscando
E os gaiteiros entreverados
Madrugada foi chegando

Refrão:

  Fui fazer uma caipira
  Pra ir abrindo o apetite
  Soquei limão com açucar
  E cachaça de alambique

III
Os gaiteiros eram beunachos
Dois índios muito estimados
Um era de Erechim
O outro de Cruz Machado
Ainda tinha um violeiro
Que meu irmão convidou
Aqui deixo meu abraço
Pra quem tocou e cantou.

Refrão:

  Fui fazer uma caipira
  Pra ir abrindo o apetite
  Soquei limão com açucar
  E cachaça de alambique

Jandir Bianco, 24/12/2000.

domingo, 5 de junho de 2011

Pescaria no Rio Timbó

I
Foi no dia quatro de março
Saímos pra uma pescaria
Lá em Santa Cruz do Timbó
Chegamos ao clarear do dia
O rio estava com água limpa
Lambari a revelia
Só voltamos pra pousada
Por volta do meio dia

II
Lá na pousada São Pedro
O dono é o Sr.Iloir
Quando a gente chega lá
Não dá vontade de sair
O atendimento é bom
A comida é de primeira
Feito no fogão a lenha
A sua esposa é a cozinheira

III
O lugar é bem bonito
Se ouve os pássaros cantando
Eu pescando lambari
Só ficava observando
Lá a natureza é bela
Porque tem gente cuidando
Agradeço o Iloir e família
Em breve estarei voltando.

Jandir Bianco, 08/03/2002.

domingo, 29 de maio de 2011

Serra do Mar


I
Pra você que está viajando
Ou que pretende viajar
Nosso estado tem belezas
Que é difícil enumerar
Tem gente que vai para a Europa
Sem nem ter dólar pra gastar
E aqui ao nosso lado
A linda Serra do Mar

II
Saindo de Curitiba
Se quer ir para o litoral
Desça um domingo de trem
E tenha um dia especial
Se quiser ir a Guaratuba
Vai passar por Caiobá
Terá que ir de "ferry boat"
Pois tem o braço de mar

III
Também tem a Ilha do Mel
Que fica depois de Pontal
Tem que fazer a travessia
Numa barcaça especial
Se passar por Antonina
Vai ver a Ponta da Pita
E na cidade de Morretes
Só tem paisagem bonita

IV
Quando estiver voltando
Suba a estrada da Graciosa
Ver toda essa natureza
Dá uma sensação gostosa
São muitas curvas e flores
E uma vista maravilhosa
Ainda tem o Pico Marumbi
Com sua beleza generosa

V
Chegando na Capital
Acontece algo inesperado
A saudade vai batendo
E o peito fica apertado
Não tem como esquecer
A gente fica encantado
Lembrando de tanta beleza
Espalhada para todo lado


Jandir Bianco, 13/12/2001.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Um Dia Especial

Hoje (20/05) Jandir estaria fazendo aniversário. E para lembrar esse dia especial, irei relembrar alguns momentos de sua vida.