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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Voz do Vento

I
Moro no meio da serra,
Num ranchinho beira chão.
Lá não tem fogão a gás,
Uma trempe é o meu fogão.
E para clarear o rancho à noite,
Eu coloco fogo no lampião.

II
Acordo de madrugada,
Pra tomar meu chimarrão.
Quando o dia vem raiando,
Vou tratando a criação.
Ouço os pássaros contando,
Pra alegrar meu coração.

III
Trabalho a semana inteira,
Disposto em com alegria.
Sábado à tarde me preparo,
Pois está sobrando energia.
Vou ter que achar um fandango,
Pra dançar até clarear o dia.

IV
Antes de sair de casa,
Firme no meu pensamento.
Vou lá fora dar uma olhada,
De que lado vem o vento.
E no silêncio da noite,
Ouço o som dos instrumentos.

Jandir Bianco, 04/06/2001.

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