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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sobre os Trilhos

I
Lembrando uma bela história,
De tudo que vem e passa.
Aí passava uma conhecida,
Tal de Maria Fumaça.
Lá adiante havia uma guarita,
Como quem vai pra praça.
Era ali que o guarda-chaves,
Ficava meio sem graça.

II
Os trens vinham de São Paulo,
Daquelas bandas de lá.
Durante a viagem passavam,
Pelo Norte do Paraná.
Passando por Ponta-Grossa,
Depois por Caracará.
Em Palmeira, muitos namorados,
Aguardavam o trem chegar.

III
Na viagem o guarda-freio,
Vai cuidar da segurança.
O foguista pondo lenha,
A Maria Fumaça avança.
Nos cruzamentos, um apito
É fogo na vizinhança,
Pois, ela jogava brasas
Muitos metros de distância.

IV
A turma da habitação,
Onde morava o turmeiro,
Que trabalhava na linha
Junto aos outros companheiros,
O Feitor comandava todos,
Mestre de linha era o mensageiro.
Ainda tinha o guarda-fios,
Que fazia conserto ligeiro.

V
Vestindo terno e gravata,
O agente sempre impecável.
Na cobertura um boné vermelho,
Era figura invejável.
O telegrafista era auxiliar,
Fazendo a comunicação.
Recebia e trasmitia mensagens,
Também tirava plantão.

VI
O trem seguindo o carril
E o maquinista imponente,
Cada passagem de nível,
Aquele apito estridente.
Para, olhe, escute e passe,
A placa avisando a gente.
Ainda tem os distraídos,
Que cometem acidentes.

VII
A viagem mais importante,
Era ir até Paranaguá.
Passava por Curitiba,
Descia a serra do mar.
Passando por pontes, túneis e viadutos.
Da saudade ao lembrar.
Tudo vem e tudo passa,
Mas, que não devia passar.

Jandir Bianco

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