Ponteiro, toque o berrante,
Vamos tocando a boiada.
E quando a noite chegar,
Estamos em outra pousada.
O carreteiro está pronto,
A guampa cheia de canha.
Pra fazer aperitivo,
Tem charque com pouca banha.
II
Tropeando a vida inteira,
Hoje me sinto cansado.
Tocando tropas de mulas,
Tocanto tropas de gado.
As tropas saiam de Viamão,
E seguiam para Sorocoba.
Hoje só me resta saudade,
Daquela companheirada.
III
As vezes fico sentado,
Pitando o meu cigarro.
Lembrando daqueles tempos,
No lombo do meu cavalo.
Eu tinha um pingo tostado,
Que era meu companheiro.
E para tirar boi do mato,
Eu tinha um cusco campeiro.
IV
Hoje só me resta saudade,
Já não se tropeia mais.
Daqueles tempos bonitos,
De muitos anos atrás.
As tropas vinham do Sul,
Iam pelos Campos Gerais.
Hoje só restam lembranças,
Tropas, já não existem mais.
Jandir Bianco, 02/02/2001.