Arrojei o meu cavalo
Tirei o laço do tento
Há tempos que eu não laçava
Fui testar o meu talento
Lacei só as duas aspas
Pialei no mesmo momento
O bicho ficou berrando
Esperneando patas pro vento
II
Só para o trabalho do campo
Ensinei o meu cavalo
Desde protrilhinho novo
Já comecei a ensiná-lo
Hoje o bicho me conhece
Só no meu jeito de andar
Dou um arrovio na porteira
Ele já vem me encontrar
III
Meu cavalo foi criado
Sempre com o maior capricho
Mesmo quando está pastando
No meio dos outros bichos
Eu só chamo no nome dele
Me olha e dá um relincho
Já vem me encontrar sabendo
O patrão quer ver os cambichos
IV
Meu cavalo é muito esperto
Eu só fico observando
Se ele vê um vestido londo
Nasca o freio e vai parando
Outro dia ele se enganou
Eu é que acabei rindo
Viu um vestido comprido
Era o padre que estava vindo
Jandir Bianco, 11/12/2001.
Eu sou do tempo que para conferir boiada, contava-se as patas do bichos dividia por quatro e sabia o numero de bois que havia na tropa.